Fruto da Compulsividade
Caros leitores e leitoras:
Venho por este meio informar que este texto é fruto da compulsividade.
Gostaria também de informar que quase todos os textos escritos por mim ou por outra pessoa qualquer poderão partir também da compulsividade.
Será naturalmente racional pensar-se que escrever não é a mesma coisa que dizer e poderá afastar o conteúdo da mensagem para quem lê.
Ser-se compulsivo nas mais variadas áreas traduz imensas categorias linguísticas de percepções artisticas e expressivamente literárias. Contúdo todas elas fazem parte de um mundo abstracto que pode ter ou não ter uma relação directa ou indirecta com a realidade.
Na verdade qualquer expressão compulsiva é mal vista pois ela parte de um princípio irracional. É a partir dessa experiência que poderemos considerar as vantagens do racionalismo comportamental que vai ao encontro directo da aprendizagem disciplinar do comportamento social nas sociedades.
Contúdo, há coisas que parecem não serem possíveis de controlar. Eu por exemplo, não cosigo controlar a minha compulsividade de escrever e de tentar trespassar algo que poderá ter ou não ter sentido. Seja como for, até mesmo quando alguém escreve é preciso ter sorte de encontrar leitores, tal como os leitores precisam de ter sorte para encontrar alguém que escreve para o seu agrado. É claro que os meus textos raramente são e\ou serão para divertir compulsivamente o leitor, mas não irei excluir o uso do humor. Além do mais, o assunto que na minha opinião pode ser o mais sério de um texto, pode ser também a razão para uma grande gargalhada. É a partir desta linha incerta que todo o erro nasce e desaparece.
E é fruto da compulsivadade que a gargalhada sai cá para fora. E é fruto da compulsidade que o músico toca. E é fruto da compulsidade que o leitor lê. E é fruto da compulsidade que dançamos, sem música, sem pauta e sem barreiras.
E é fruto da minha compulsividade que esta constante procura de algo que é mais incerto do que certo que me debruço. Sabendo dessa relação tão racional, aproximo-me da certeza afirmando a incerta e aproximo-me da incerteza afirmando a certeza. Só pelo prazer de encontrar a linha que parece separar o que é incerto do que é certo, de modo a que essa mesma linha represente essas dualidades numa só.
Todo os meus trabalhos com os nomes de OdicforceSounds e WorldCleaner, são por sí sós trabalhos que representam um ou mais dualidades. Mais uma vez venho falar desses trabalhos que na verdade foram frutos da compulsidade. Assim, tentarei descrever as certezas incertas e as incertezas.
Este trabalho que nasce da compulsidade, é um tributo ao Yin-Yang ( Tao 道 )
Um símbolo que terá sido usado para as mais diversas relações das dualidades realistas da racionalidade socio-política, em que curiosamente, fazem parte de uma linguagem que está em todas as áreas socio-políticas como também artisticas.
A símbologia não representa certezas mas incertezas, de forma a que essas incertezas se possam tornar cada vez menos incertas, e\ou para alguns se tornem novas certezas. A minha certeza pessoal e artistica está debruçada na dúvida. Não consigo parar esta compulsidade constante que me desassossega o ser. Parece que consegui transmitir algo de positivo num bolo que parece ser maioritariamente negativo. Assim poderei considerar que todas as abordagens que podem parecer-me positivas, podem ter um conteúdo negativo. Sendo que todo o conteúdo é simplesmente uma representação e não uma acção, não interessa se o conteúdo é positivo ou negativo, pois na verdade o conteúdo só poderá ser positivo, pelo facto de ter sido expresso. É como na música. Ela pode ser apresentada de várias “formas” e conteúdos, mas como continua a ser música, é considerada positiva.
Vamos ao que interessa! Este trabalho poderá aproximar-se a várias perspectivas certas sobre a incerteza do futuro da humanidade, contúdo trás consigo uma dualidade que na verdade é bastante próxima ao que se vive hoje em dia nas sociedades. É a partir da sua expressão que nasce também a questão da sua funcionalidade como também do seu conteúdo incerto. Este projecto é sem dúvida uma das piores soluções que alguma vez me ocurreu fazer. Na verdade é absurdamente errante e negativa. Mesmo assim, de tantas pessoas que terão ouvido e lido sobre este projecto, só duas ou três pessoas foram “capazes” de partilhar a sua opinião contra essa ideia, pois ela viola de algum modo os conceitos morais e éticos de uma sociedade. Contúdo é nesta sociedade que também encontramos todo o tipo de esquemas para que a ideia das práticas morais e éticas predurem. Mais do que um projecto, é fruto da minha compulsidade sátira e\ou puramente crítica que provoca saber os limites. Este projecto é um insulto aos meus limites morais e éticos, mas foi necessário acreditar no absurdo para aproximar-me desta linha dual onde a ética e a moral se podem desfragmentar e\ou desaparecer. A caridade também é um negócio. A saúde também é um negócio. A segurança e a educação também são um negócio. As religiões também são um negócio. Mas afinal, se tudo o que poderia elevar-se a um estado de graça é negócio, como poderei considerar que este projecto que viola conceptualmente a ética e a moral, não poderá ser um negócio?
Algo que parece ser bastante realista, pois nem sempre os negócios são morais ou éticos e nem sempre a moralidade e a ética são negócio. “ no fundo gostaria de propor uma conversa pública para quem quiser “ouvir e\ou participar” sobre este princípio incerto que nos poderá levar a algumas certezas também incertas.
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