Ha Males que Vem por Bem
Estou a ficar choné. Se por um lado preciso de ser aceite num grupo que não se apresenta, por outro lado tenho de saber como conhecer o grupo sem me apresentar ao grupo, pois não sei quem é o grupo, nem quem são os seus representantes, nem quais são as suas relações de comunidade. Assim a minha paranoia e desconfiança nas relações humanas de proximidade casual, começa a apresentar uma espécie de “perigo”, sensação essa que só aparece quando não existe conhecimento prévio sobre as pessoas em questão. Nas aldeias que são consideradas “atrasadas”, existem alguns bons costumes de controlo e educação. @ vizinh@ apresenta quem é a pessoa nova, ou a pessoa nova na comunidade apresenta-se como novo elemento do grupo de proximidade, ou há um factor de ligação no acaso que permite as pessoas conhecerem-se. Dizem que desconfiar é mau e na verdade, é mau para quem desconfia, não por desconfiar, mas porque as pessoas nem sempre sabem como lidar e falar das suas inquietações, que são cada vez mais frágeis no sentido das comunidades das grandes cidades e que por causa dessa condição de “liberdade”, as pessoas estão cada vez mais separadas e em dúvida com os seus semelhantes. Ora parece natural, que uma comunidade tenha o cuidado de apresentar-se e apresentar os membros da comunidade à restante comunidade para que o efeito de viver em comunidade seja saudável. A vida que cada qual faz não é algo que me interesse, pois nunca fui amante da cusquice alheia, mas sei bem, que a cusquice alheia é funcional e permite algum controlo sobre a comunidade. Não para fins de controlo da vida pessoal das pessoas, mas para fins de controlo comunitário. Assim o estranho é realmente estranho e como tal seria natural apresentar-se de alguma forma antes de se mostrar com o direito que merece ter, sem uma pré-apresentação, que é confortável ao resto da população. Viver como um ninja e\ou fora da lei, não obriga dizer à comunidade o que faz, pois isso só interessa quando a segurança da comunidade está em causa, mas é de bom gosto apresentar-se, para que assim caso seja necessário dirigirmo-nos a essa pessoa, saberemos como trata-la ( pelo nome ) e assim a relação de confiança tem uma abertura positiva. Um dia fui a um festival bastante conhecido com o nome de “jardim das cores”. Mesmo como estranho á comunidade que estava a viver junta naquele mesmo espaço, todas as pessoas apresentavam-se previamente umas às outras, falando opcionalmente do que fazem e\ou do que gostam. Não é que alguém vá chatear a pessoa por saber o que faz e caso seja necessário a pessoa também poderá estar disponível para, mas ajuda e facilita a comunicação entre essas pessoas, dado que a sua relação de proximidade não é um assunto subjectivo, mas o assunto mais concreto de todas as subjectividades que as comunidades podem ter. ( espaço comunitário )
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